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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Rafael Vital dos Santos. Discriminação da infecção causada pela Entamoeba histolytica (Schaudinn, 1903) e Entamoeba dispar (Brumpt, 1925) em escolares da rede pública da cidade de Maceió-AL



A amebíase é uma infecção severa que tem como agente etiológico o protozoário Entamoeba histolytica (Schaudinn, 1903). Esta espécie é morfologicamente indistinguível da Entamoeba dispar (Brumpt, 1925), considerada apatogênica, incapaz de provocar a forma invasiva da doença.

A diferenciação entre as duas espécies através de técnicas de diagnóstico imunológico e de biologia molecular, é fundamental para determinação da situação epidemiológica da amebíase, estabelecimento da conduta terapêutica adequada, e consequentemente prevenção da doença invasiva. O objetivo do presente estudo foi discriminar a infecção causada pela E. histolytica e E. dispar na população de escolares da cidade de Maceió, Alagoas. Para tal, realizou-se um estudo de corte transversal, com 1.003 estudantes da rede pública estadual de ensino da cidade. Foi realizado exame de fezes, pelo método de sedimentação espontânea, para avaliação da frequência das parasitoses intestinais, e para a triagem dos escolares infectados pelo complexo E. histolytica/E. dispar. Os exames positivos para cistos de Entamoeba foram posteriormente submetidos à pesquisa de antígeno pelo ensaio imunoenzimático (ELISA) e reação em cadeia da polimerase (PCR), para o diagnóstico específico da infecção. A frequência de enteroparasitos entre os examinados foi elevada, sendo identificados 54,8% (550/1.003) escolares infectados por pelo menos uma espécie de helminto ou protozoário. A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi padronizada utilizando para extração do DNA das fezes o Kit Stool PSP (Invitek®). Os iniciadores selecionados através da análise in silico pelo bom desempenho virtual para amplificação da E. histolytica e da E. dispar, foram p11plus/p12plus e p13plus/p14plus, respectivamente. A prevalência da amebíase nos escolares diagnosticada pelo ELISA foi de 3,0% (30/1.003) e na PCR 2,8% (28/1.003), não existindo diferença significativa entre as percentagens de infectados (p>0,05). A prevalência geral da E. dispar nos escolares foi de 5,0% (50/1.003). Ambas as técnicas (ELISA e PCR) se mostraram adequadas para diagnóstico diferencial da E. histolytica e E. dispar. No entanto, o ELISA apresenta a vantagem ser de rápida e simples execução. Os resultados apresentados indicam a necessidade da utilização de técnicas de diagnóstico específico para detecção de casos amebíase na população.

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