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terça-feira, 1 de novembro de 2016

ARTES: A CIDADE, SEUS CLAROS E ESCUROS















ARTS: THE CITY, ITS CLEAR AND DARK

ARTS: LA VILLE, SON LUMIERE ET DARK

ARTE: la ciudad, su luz y la oscuridad

ESTE MATERIAL FOI PUBLICADO POR CAMPUS/O DIA E FOR COORDENADO PELO PROFESSOR EDUARDO BASTOS









LUIZ CAMPOS: UMA VIDA PARA A ARTE
(Versão Reduzida)
Mariana Melo Cavalcanti






Entre retas e curvas, a Arte se faz. E de seus traços ele não fez somente Arte: desenhou toda uma vida. Luiz Campos, o artista plástico de 31 anos, natural de Arapiraca, nunca se imaginou privado de seus crayons, nanquins e paletas.
Fruto da união de um professor com uma costureira e professora de inglês, ele manifestou logo cedo o seu dom. Ainda em tenra idade, valia-se do giz, instrumento de trabalho do pai, para expressar seus desejos e emoções. Antes mesmo de andar, desenhava: engatinhando, buscava o giz para riscar o chão, peraltice que nem os pais conseguiram coibir. Ainda bem. 


Quando, aos 06 anos, passou a residir no Jardim Acácia, em Maceió, descobriu um novo talento: valendo-se da disponibilidade de argila na região, fez das esculturas o seu brinquedo. E as mãos pequeninas se dividiam entre o lápis e a terra, ora desenhando, ora modelando imagens, sobretudo de animais pré-históricos. O sucesso cinematográfico do “Parque dos Dinossauros” o inspirava, em uma paixão pela ficção científica que nunca o abandonou.




Durante toda a infância, Luiz acompanhava a mãe em suas costuras. Chegou a pensar que seu futuro estaria alinhavado entre as tramas dos tecidos, cogitando tornar-se alfaiate. Contudo, logo percebeu que o que o encantava não era a montagem das roupas em si, mas o desenho dos croquis e o traçado de contornos.


Neste cenário, engana-se quem pensa que este talento não tem sua parcela de débito com a genética. Apesar de trabalhar em ramo diverso, sua mãe esculpia em argila e desenhava com primor, dando ênfase em formas femininas. No amor pela Arte, não estava sozinho: Luiz via em sua mãe a mesma “alma de artista” que em si sentia.
O reconhecimento não tardou a vir. Seu primeiro “trabalho” foi aos 10 anos, quando a diretora da escola encomendou o retrato de personagens históricos do Brasil. Naquela época, a educação formal não lhe caía bem: sentia-se desinteressado e incapaz de seguir o modelo lógico-matemático. Aos 16, largou a escola e passou a dar aulas em um ateliê, trabalhando paralelamente como retratista. Neste momento, aceitou que, em sua vida, poderia trilhar muitos caminhos, mas todos o levariam ao mesmo destino: a Arte.


Já aos 25 anos, sentiu a necessidade de se dedicar a um projeto ainda mais ousado: superar o rechaço à educação formal e ingressar na faculdade de Arquitetura e Urbanismo, objetivo que abraçou após o fechamento do ateliê e por influência de pessoas próximas, como o pintor Pierre Chalita e esta pessoa que ora vos escreve. Os croquis do Professor Eduardo Bastos, que levei para ele a fim de incentivá-lo, foram o argumento fatal: estava decidido a ser um arquiteto.
Hoje, concluindo a faculdade, ele se orgulha de modificar a vida de pessoas através do desenho. Ao final, é isto o que o artista quer: fazer de seu dom um caminho para a felicidade. De si e dos outros. Convenhamos – com um fino traçado e um colorido que faz sorrir, trata-se mesmo um belo caminho.

...E da vida, fez-se Arte. Fez-se da Arte uma vida.



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