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sábado, 19 de março de 2016

Kleverton Arthur de Almirante. A temática da infância afrorreligiosa alagoana em pesquisa

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Education.



 
Este material foi publicado em Campus, O Dia.

 Kleverton Arthur de Almirante é natural de Maceió, capital de Alagoas. Mestre em Educação (2015) pela Universidade Federal de Alagoas. Graduou-se em Comunicação Social, no ano de 2012, também pela Universidade Federal de Alagoas. Exerceu o Jornalismo com reportagens e em Assessoria de Imprensa. Pesquisa no campo afrorreligioso com interesses nas áreas da Antropologia da Educação, da Criança e da Religião, na Sociologia da Educação e da Infância, nas Pesquisas com Crianças e Pesquisa Etnográfica, além da História e Cultura das Religiosidades Afrodescendentes no Brasil. Trabalha com pesquisa em Educação e orientações.

Dois dedos de prosa

Este artigo deriva de uma dissertação elaborada para obtenção do grau de Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal de Alagoas. O trabalho intitula-se  A infância religiosa do candomblé: os olhos dos pesquisandos, etnografia, e educação, tendo sido orientada pelo Professor Dr.  Amurabi Pereira de Oliveira.

Agradecemos a gentileza do autor e esperamos uma boa leitura.

Abraços.

Sávio.


A temática da infância afrorreligiosa alagoana em pesquisa





Kleverton Arthur de Almirante





              Este artigo resulta de uma dissertação que investigou, por meio de uma pesquisa etnográfica na área da Educação, a vivência religiosa das crianças de Candomblé no terreiro e seus olhares sobre o saber escolar, sobre a religião, o terreiro, os aprendizados e quem elas são. Assim, foi possível compreender as vivências das crianças no terreiro, como elas agem e interagem nesse espaço de educação, aprendizados e formação.


            Aqui, temos uma versão adaptada e modificada do primeiro capítulo e das considerações finais da dissertação de Mestrado em Educação do autor. A pesquisa da dissertação que originou este artigo contou com uma bolsa de financiamento para pós-graduação stricto sensu, concedida pelo Acordo CAPES/FAPEAL 0001/2013.


A dissertação, initulada A infância religiosa do Candomblé: os olhares dos pesquisandos, etnografia e educação, foi a primeira de Alagoas a tratar do tema da infância no Candomblé. Ela foi defendida no dia 4 de maio do ano de 2015, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas.


O Candomblé é uma religião afro-brasileira, constituída há séculos por negros africanos de diferentes etnias. A respeito do universo religioso do Candomblé, é possível dizer que é uma religião formulada pelos negros africanos escravizados no Brasil, que trouxeram suas práticas religiosas, ainda que houvesse aqui a necessidade de construírem e reinventarem tais práticas, dado o novo contexto social no qual estavam inseridas.


Há crianças no Candomblé. Há crianças de Candomblé, inclusive, na escola. Nos terreiros, templos onde se pratica o candomblé, crescem crianças que, pelos mais variados motivos, abraçaram a crença nos santos do Candomblé como norteadora de suas vidas.


Quando escrevemos Candomblé, iniciado com letra maiúscula, estamos nos referindo à instituição religiosa – como o Cristianismo, o Judaísmo, o Islamismo etc. – que realiza a cerimônia do candomblé, ou seja, a prática fundamental desta religião.

O Candomblé envolve o culto às divindades ancestrais, aos espíritos da Natureza e às energias transcendentais, chamados de “santos”. Os santos podem ser femininos, masculinos, andróginos, bissexuais, jovens, idosos, calmos, impacientes etc. Cada santo tem suas características particulares e se relacionam com os demais santos pacifica ou apaticamente, possuindo qualidades e defeitos totalmente humanos – o que os torna mais próximos de seus devotos.


          A necessidade de se conhecer mais sobre as vivências experienciadas na infância religiosa do Candomblé levou o pesquisador ao campo do terreiro, do qual também é membro religioso. Por se empreender com crianças, que têm ligações diretas com a escola, especificamente, e com a educação de forma geral, a pesquisa se mostrou inovadora dentro do programa de pós-graduação na qual foi desenvolvida. E os recursos de investigação etnográfica lançam a pesquisa em Educação a uma recorrência interdisciplinar à Antropologia.


        Indo ao primeiro locus de pesquisa, nos primeiros contatos científicos, realizados no primeiro semestre do ano de 2013, é possível perceber que se desenvolvem relações interacionais de ensino-aprendizagem das visões/leituras de mundo, da ritualística e as múltiplas sociabilidades entre os agentes pesquisandos. Este lócus foi, inicialmente, a primeira casa de Candomblé pesquisada para a dissertação. As crianças que faziam parte desse terreiro migraram para o terreiro do pai-de-santo delas, assim que ele o inaugurou, no dia 3 de novembro de 2013.


         O primeiro locus é o terreiro Axé Vodun Tó Yeyê Apará, uma casa de candomblé regida pela divindade aquática de origem nagô-iorubá Oxum. Este terreiro localiza-se numa região de difícil acesso por estradas de barro de um dos bairros periféricos da parte alta da cidade de Maceió – o bairro do Tabuleiro do Martins.


        A casa de axé, como também se chamam os terreiros de candomblé, é dirigida pelo zelador de culto Marcos de Apará, conhecido pelo hierônimo Aparálòmí – que significa que Oxum recebe o raio nas águas – e pela mãe-pequena Sandra de Aganjú, conhecida como Obágànjèwí – que significa que Aganjú é o rei das lavas vulcânicas [correntes de fogo]. Na localização atual, sua forma espacial data do ano de 2007, conquanto que seu axé data do ano de 1979.


         O axé foi inaugurado em 1979, no bairro de Bebedouro, com a casa reinaugurada no bairro atual, em 1999 e teve seu axé reinaugurado em outra casa do mesmo bairro, no ano de 2007. Segundo Bastide (2001, p. 308), o termo axé “corresponde mais ou menos ao que os sociólogos chamam mana e é sempre empregado, não para designar uma força impessoal, mas para certas espécies de encarnação de forças (ervas, alicerces do candomblé etc)”. 


       
No molho de atividades rituais e afazeres domésticos deste terreiro, considerados de igual peso, mas não medidas, as crianças ajudam e até desenvolvem sozinhas as ações, pois a elas é confiada a capacidade de execução. E isso acontece porque são ensinadas e preparadas para desempenhar tais funções.


       De igual peso, mas medidas diferentes, pois o mesmo fio tênue que separa o que seja uma atividade ritualística de um afazer cotidiano doméstico é o que os une numa mesma prática de devoção dentro desse terreiro de candomblé. A todos é ensinado que, desde acender uma vela, até varrer o salão do terreiro, ou lavar as louças do almoço partilhado no terreiro, tudo é feito para as divindades como ato devocional.


O segundo lócus do campo é o Ilê Aiyê Axé Odé Mitaquassy, um terreiro que segue os mesmos princípios do Tó Apará, a mesma nação Jeje Bravum. O Axé Mitaquassy está localizado numa ladeira do bairro da Chã da Jaqueira. O terreiro foi inaugurado no dia 3 de novembro de 2013.


       As leituras de mundo desenvolvidas nas crianças, das quais pode-se dizer que vivenciam os dois terreiros, são incutidas por meio de processos educativos próprios do terreiro, que se colocam com conteúdos diferentemente praticados em comparação aos processos educativos das dinâmicas religiosas hegemônicas. Isto é, os ensinamentos são postos em prática como em qualquer cultura, mas parecem se apresentar com formas pedagógicas alheias a uma sala de aula e com conteúdos que não condizem com aqueles mais pragmáticos da religiosidade (pré)dominante até na educação.


       Os povos africanos, em suas distintas culturas étnicas, têm diferentes maneiras para explicar o surgimento do universo. Um exemplo é que, para os iorubás, tudo o que existe surgiu do hálito do Deus Supremo (Olodumarê), se opondo à teoria criacionista cristã. Um exemplo de visão de mundo é mostrado nos mitos que explicam as chuvas, colocando a divindade Oxumarê como responsável por transformar a água dos rios em nuvem, levando-a aos céus por meio da evaporação e fazendo aparecer o arco-íris como símbolo de mudança climática. Assim, as visões de mundo e identidades destas crianças vão se alicerçando com suas experiências religiosas, haja vista se tratar da educação estabelecida no terreiro, dependente e confrontante da que se estabelece fora dele.


      
  Outros ensinamentos, que se referem à obediência nas instâncias familiar, religiosa e social são aprendidos na vivência do terreiro e refletem não só a necessidade de internalização de comportamentos básicos à convivência, mas do estabelecimento de um diálogo entre o que é aprendido dentro do terreiro e para ele, com o que se desenrola fora dele em diferentes casos.


       Por exemplo, durante a fase final da iniciação iorubá ao orixá Xangô, registrada por Verger na África, a Iyá Xangô adverte os iniciados sobre casos de acidentes e casos que necessitam de vingança, dentre outras pertinências da vida cotidiana. “Se alguém te der um pontapé, te puxar as orelhas ou te der pancadas na testa, por descuido ou acidente, não precisas dizer nada, mas se exagerar e o fizer de propósito, é preciso que te vingues” (VERGER, 2002, p. 31). Esses ensinamentos religiosos tendem a seguir um mesmo padrão de internalização, como na escola.


        Logicamente, como a internalização se faz na consciência e se manifesta circunscrita no corpo, a construção de um estar no mundo dentro da religião do Candomblé implica na construção de um habitus (BOURDIEU, 1983), especificamente de uma héxis corporal que aceite o estar ali e integrar aquele grupo. Assim como na escola, o corpo é demandado por um julgamento no qual se analisem capacidades e disposições.


         No terreiro, o corpo se mostra imprescindível em determinadas ritualísticas, ou seja, quando a observação é fundamental para o desenvolvimento da atividade, assim como é do aprendizado. Entrar num terreiro em festa e se deparar com crianças participando ativamente dela pode gerar um choque, caso a pessoa esteja com seu olhar carregado de preconceitos a respeito da prática religiosa – ainda mais sem uma antropologização do olhar.


Quatro crianças protagonizaram a pesquisa de campo em dois bairros periféricos de Maceió, capital do Estado de Alagoas: três meninas, duas brancas de pele e uma negra, e um menino de pele parda. Suas idades não os situavam na categoria de crianças pequenas. Eram crianças grandes: de 7, 9-10, 12-13 e 13-14 anos no período pesquisado, desde as primeiras iincursões em campo até ao final do ano de 2014, quando finalizou-se a pesquisa. A escola sempre se confirmou como o espaço do qual as crianças pretendem lograr a ascensão econômica e social de um sucesso profissional.



O que é ser criança de Candomblé em Alagoas



Os olhares das crianças e as pertinências da religião ajudaram a destrinchar o que vem a ser a infância no Candomblé, sem se curvar às determinações etárias modernas dos estatutos. Elementos como o pertencimento, a moradia, os laços de parentesco, sanguíneos e religiosos, as condicionantes para se caracterizar estatutariamente uma criança no Candomblé e a execução de funções em cargos considerados exclusivos aos adultos pelo senso comum acabaram tendo suas explicações construídas de maneira analítica e interpretativa com base nesses mesmos olhares.


Também trabalhos produzidos nas áreas de Educação e Antropologia, que se destinaram a pesquisar com e sobre as crianças de Candomblé, no terreiro e na escola, fornecem um verdadeiro arcabouço teórico-metodológico. Mas o acervo não é muito vasto ainda. Só recentemente, as investigações sobre a escolaridade das crianças de Candomblé se tornaram mais evidentes.


          Igualmente, não podemos olvidar que, na última década, questões como o advento da Lei 10.639/03, que trata do ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras na Educação Básica, bem como a criação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI, em 2004, pelo Ministério da Educação têm estimulado a produção acadêmica nessas múltiplas interfaces.


Falando sobre essas crianças, que são escolarizadas, intrinsecamente falamos também de escolas e de terreiros. Isso nos leva a discorrer sobre dois campos, obrigatoriamente, sendo somente um deles o espaço investigado in loco, sem, no entanto, desmerecer a discussão sobre a escola. O que justamente as pesquisas da área apontam é que deve haver uma ruptura com o modelo de ensino vigente para que se possa vislumbrar uma educação plural e ampla nas escolas.


         
A escola foi oficializada como um espaço laico com o advento da República, o que é reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei nº 9.394/96). Entretanto, as polêmicas a respeito do Ensino Religioso, que constou como obrigatório em diversos Estados, entram em cena tendo em vista a laicidade do espaço escolar.


              A regulamentação dos conteúdos lecionados na disciplina de Ensino Religioso fica ao encargo das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Isso já nos indica haver, não efetivamente uma variante, dada a existência desses modelos, mas uma condicionante que se ajusta a cada um deles.


       Agrupar crianças que têm vivências culturais ricas demais para serem desprezadas, todas num mesmo espaço, e sequer promover o que saibam dentro da escola como uma espécie de intercâmbio sem sair da cidade, é praticar uma abjeção à alteridade – esta que tanto exercita o reconhecimento de si no outro, cada vez menos de maneira preconceituosa –, veja-se a Antropologia da Educação.


        O contexto religioso em Alagoas também apresenta dados históricos que demarcam um diferencial para a realidade alagoana. Enquanto nacionalmente temos o termo “macumba” como designativo genérico às práticas religiosas de matriz africana, ao Candomblé e à Umbanda, em Alagoas e Pernambuco há o termo “xangô”, ao lado de “macumba”, como designativo geral à tudo o se que remeta às religiões afro-brasileiras.


        O Quebra de Xangô, ou Quebra de 1912, ou somente “Quebra” foi um evento, ocorrido no mês de fevereiro, considerado um marco histórico para a luta contra a discriminação às religiões de matriz africana e o racismo no Estado de Alagoas. O episódio do Quebra aconteceu movido não só por motivos políticos, pois o racismo já era presente na sociedade brasileira.


          
  Os jornais da época já apontavam a discriminação sofrida em Alagoas por parte dos terreiros de Umbanda e Candomblé (SANTOS, 2014), religiões majoritariamente ainda negras naquele período que circundou o evento do Quebra. O Quebra-Quebra, como também ficou conhecido, entra nesta discussão para a contextualização histórica e social da discriminação e da perseguição afro-religiosa em Alagoas.


          As problemáticas envolvidas na questão afro-brasileira são intimamente ligadas aos processos históricos da formação da sociedade brasileira, que se reverberam na escola. Tendo em vista todas as implicações destes processos, não seria de se estranhar que as primeiras referências aos cultos afro-brasileiros em Alagoas, registrados no início do século XX, tenham sido feitas de modo depreciativo.


           Não somente os jornais registravam tendenciosamente suas notícias envolvendo o “xangô”, designação para como ficaram conhecidas no Estado as práticas religiosas de matriz africana, quanto os estudos do “folclore negro” apresentavam uma visão negativa desses cultos. Mesmo tomando o Quebra como variável traumática, evidencia-se uma lacuna no que concerne à memória do povo-de-santo alagoano para com o evento como causa-efeito da discriminação e dos silenciamentos atuais.


        A memória sobre o Quebra, no entanto, sobrevive nas pesquisas históricas e o evento teve seus efeitos comprovados na sociedade alagoana. Além do que, nacionalmente, o quadro de discriminação é recorrente.


Os olhares das crianças são definitivos para ampliar os conhecimentos sobre a infância religiosa do Candomblé, ajudando a ampliar as discussões sobre quem são as crianças de candomblé, o que elas fazem e como é essa vivência infantil no terreiro.


          
  Ser criança de Candomblé no terreiro é algo que se põe para além da idade, e que também toma corpo, mesmo no corpo estatutariamente pré-adolescente para o mundo ocidental. Essa abstração não se dá de uma hora para a outra, sendo construída mediante categorias implícitas do pertencimento ou do estatuto da infância na religião.


Ao menos, alguém que já não seja mais criança acaba realizando um conjunto de atividades que mostram-na apta para ser considerada adulta. Nessas mesmas condições são encontrados elementos negociáveis para que, ainda assim, haja a possibilidade de se considerar uma criança capaz de realizar certa atividade permanecendo criança.


Os olhares dos adultos e das próprias crianças sobre suas infâncias acabam entrando em negociação. É o momento em que uma criança deixar de ser criança aos olhos de todos por um conjunto de condições: pelo seu tamanho, idade, capacidade e integração aos grupos de pares formados interiormente nos terreiros.


A infância no candomblé e a infância do Candomblé na escola se situam num campo que ainda necessita de muitas abordagens e elementos para a ciência conhecer. Investigando essa infância por meio da etnografia, também foi possível contribuir para os conhecimentos sobre o seu fazer, contribuindo para a Antropologia e para a Educação; trazendo elementos como a recorrência às memórias, os dilemas científicos sobre a construção mais próxima da realidade de pesquisa, e as aplicações metodológicas.


                O que se observou foi que há uma vida infantil escolarizada no terreiro, com especificidades distintas e um mesmo quadro de conflito social – o enfrentamento ao preconceito e à discriminação religiosa, especificidades as quais a ciência pouco tem conhecimento ainda. As crianças dos terreiros têm muito para falar, assim como os pesquisadores têm muito que ouvi-las.


            Ser uma criança de Candomblé é ser normal. Também ser uma criança de Candomblé é ter de enfrentar o preconceito para afirmar sua identidade na escola, ainda que rodeada de adversidades para isso. É se comportar na escola como se comporta dentro dos espaços de sua religião, com a condição de que se reproduza qualquer comportamento de forma velada, sem que ninguém “saiba” confessadamente qual a identidade religiosa carregada pela criança. É ter de estudar numa escola invisibilizando essa identidade, silenciando-se enquanto religiosa que tanto ama os orixás, para se esquivar do preconceito que já está posto.


Percebeu-se que as identidades não são deixadas para trás pelos sujeitos, elas os acompanham aonde eles forem. No entanto, algumas dessas identidades são invisibilizadas, silenciadas, desmerecidas, perseguidas e discriminadas tanto explicitamente, quanto implicitamente em muitos espaços, sobretudo na escola.


As regras implícitas de alguns espaços são bem claras e brancas: a religião que não for cristã não é aceita, não deve aparecer no decorrer das relações, salvo sob responsabilidade por conta própria para lidar com o preconceito. Nem todas as crianças estão preparadas e com todas as ferramentas para lidar com ele.


            Apesar do que ainda sofrem nas escolas, as crianças consideram a permanência e continuidade nela uma porta para a ascensão econômica e social, olhar do qual seus responsáveis familiares e religiosos também tomam parte, nem que para isso elas precisem esconder suas identidades religiosas para se protegerem. Esse silenciamento e a invisibilização se mostraram elementos protetivos ao longo de anos para a religião.





REFERÊNCIAS



BASTIDE, Roger. O Candomblé da Bahia: rito nagô. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.



BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.



BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. História e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil. Brasília: MEC/SECADI, UFSCar, 2014.

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 21 de dezembro de 1996.



SANTOS, Irinéia Maria Franco dos. “O axé nunca se quebra”: transformações históricas em religiões afrobrasileiras, São Paulo e Maceió (1970-2000). Maceió: Edufal, 2014.



VERGER, Pierre. Orixás: deuses iorubás na África e no novo mundo. Salvador: Corrupio, 2002.

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