Translation

domingo, 13 de dezembro de 2015

João Paulo Omena. A Grota da Alegria e o Vigilante Poeta. [Literatura e periferia]

Este texto foi publicado em Campus/O Dia



A Grota da Alegria e o Vigilante Poeta
João Paulo Omena

Djalma de Araújo nasceu em 15 de Setembro de 1961, no bairro de Jacarecica, Maceió/AL. Aos 07 anos de idade mudou-se para outro local da cidade, considerando-se um “filho do Barro Duro”. Iniciou sua vida de poeta nos anos 70 e começou por  criar  poemas e frases quando amigos o procuravam para  escrever bilhetinhos para as amigas e namoradas. Foi quando despertou o sonho de ser um compositor, mas não tinha dom para aprender a tocar violão, ainda teve 04 violões, mas não conseguiu aprender. Ele ouvia falar muito em Carlos Drummond de Andrade, Paulo Coelho, visitava as livrarias e achava esses livros muito caro. Então, entre 1987 e 1988, com 16 a 17 anos de idade, rasgou todos os poemas que tinha produzido, pois não acreditava que iria ter possibilidade de algum dia publicar seu livro.
Todavia, em certa noite de trabalho lhe veio a inspiração e retornou a reescrever tudo que já havia escrito, conseguindo lembrar de quase todos os poemas. Participou de um concurso da Associação dos Poetas de Alagoas – APOAL, no qual foi classificado em 5º lugar com uma crônica intitulada “Sonhos de um menino”. Djalma de Araújo tem 10 antologias, 04 livros publicado em pequenas tiragens: Pequenas Homenagens (2015), com poesias à pessoas e lugares relevantes do Estado; Pingos de Amor (2012), com poesias líricas acerca do amor; O Vigilante Poeta (2011), poesias acerca do contexto social em que vive; O Pato Jojó (2007), destinado ao público infantil; dentre outras que ainda não foram publicadas, como “Favela de Barro”, acerca da Grota da Alegria.
Em 1992, Djalma de Araújo foi morar na Grota da Alegria onde vive até hoje. Residiu primeiramente em um barraco de taipa e hoje mora em sua casa de alvenaria. Foi presidente de time de futebol na comunidade e fez algumas poesias acerca do futebol; sua residência foi sede do Centro Cultural Poeta Djalma de Araújo.  O poeta  afirma que a Grota da Alegria é sua fonte de inspiração e um lugar muito bom: “- Para mim a Grota da Alegria é um paraíso”.
A inspiração da “Favela de Barro” foi de acontecimentos presenciados na Grota da Alegria. Trata-se de uma crônica do cotidiano dessa “favela”, descrevendo a tensão do que é ser/viver na periferia. Um dos personagens da crônica está vivo e sabe que escreveu acerca de sua história. É uma soma de ficção e realidade e ele mesmo se inclui nessa “Favela de Barro”. Um homem e suas poesias VIVEM NA Grota da Alegria.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário